segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Medo

- Tens medo?

- …

- Então deixa-te cair depressa, aceleradamente gozando a força da gravidade, para que possas valorizar todos os intangíveis que te dou. Para que não duvides do meu que é teu!

- …

- Tens medo?

- ….

- Vem-te!

Liberdade


Estou livre ... e sabe tão bem esticar as asas!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Partilho

Equilibrio?

"Nós temos cinco sentidos:
são dois pares e meio de asas.

- Como quereis o equilíbrio?"

David Mourão Ferreira


Cedências

Tenho que ceder partes de mim esquartejadas com brutalidade e que só Deus sabe a que preço. Dói-me muito! Mas a dor faz parte do crescimento, não é verdade? Impele-me a certeza e esta teimosia que sempre habitaram comigo. Umas vezes inquilinos mais presentes e outras mais ausentes. Mas que sempre se fizeram notar mais que não seja pela carta no marco do correio que me lembrava esporadicamente da sua existência. Mas dói! Tem sido um processo de construção, onde se retira um pedaço para, seguidamente, se acrescentarem dois. Sai-me das entranhas. Sai-me do corpo. Mas não da alma! Essa… continua assente em pilares que me abarcam e abraçam com uma força desmedida alimentada de amor. De família, de amigos, de amantes, de quem me quer bem. E quando oiço tocar. Ai quando oiço tocar e leio… Sei que estás! E eu não te consigo perdoar. Não te consigo mesmo perdoar!

Mesmo sabendo que deixaste o barco a baloiçar, enquanto tu seguras nos dois remos, esperando pacientemente que eu tenha, novamente, a ousadia de segurar no meu.

Complicado

- Devias ter iniciado a chamada com “I just call…”

- E tu não irias querer ouvir o resto.

- Tens razão…

Escuto

Se ao menos tu te fizesses ouvir na porta…

Ouve

Se ao menos tu ouvisses o meu bater na porta…

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Pela metade 2

Quando acordo e olhas-me apetece-me ouvir:

- Bom dia, amor.

Dizes apenas:

- Bom dia.

Pela metade

Quando acordo e olho-te apetece-me dizer:

- Bom dia, amor.

Digo apenas:

- Bom dia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sentimento

Um sentimento novo:

"Gosto-te"

Simples

- Tive saudades tuas...

- E não era suposto?

Reencontro

PIC - Antiquecaleb21


Depois de horas de expectativa antecipando um reencontro imaginado com laivos de loucura e de muita de paixão… reencontrei-o.

Não, não houve corridas desenfreadas para nos aninharmos nos braços um do outro;
Não, não houve gritos de excitação e risos histéricos de felicidade;
Não, não houve beijos intermináveis sedentos por água em pleno deserto;
Não, não houve conversas de saudade e juras de amor eterno…

Houve um olhar intenso que me chegou até à alma. E eu encontrei a tua… e tu sentiste.
Houve um sorriso cúmplice que nos mostrou aos dois a saudade que sentimos e o tão bom que é voltar para “nós”.
Houve um beijo…

Ficou suspenso… minutos que foram horas empreendidos em buscas sôfregas por ar porque simplesmente não nos apetecia descolar. Sem palavras que ensurdecessem o momento e sem gestos que nos apartassem um do outro - reencontramo-nos.

E depois? Voltámos para a história que envolve table for two.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O agora

PIC - E&R

"Um dia, hás-de querer-me nua e eu de mãos atadas, tapada com um rigor de freira, a boca cerrada num fio, absurdamente fixa em qualquer coisa que não tu, a alma feita num nó, mas os lençóis (garanto-te) um brinco."
Um amor atrevido

Regresso

PIC - M.I.A

Hum...

Estado de espírito?

Nervosa, ansiosa, com borboletas na barriga, com formigueiro pelo corpo inteiro, em pulgas,....

Porquê?

Regressa hoje!

Mas porquê é que uma coisa tão simples me está a ser tão difícil de gerir?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Roménia Pics

Os locais por onde passou ...

Roménia

Devido às vicissitudes da vida (Ele está lá!) tenho vindo a descobrir um país do qual apenas sabia / imaginava o seguinte:

- situa-se no leste da Europa;
- faz frio muito frio;
- o drácula andou por lá;
- carros a circularem por caminhos de cabra;
- e a exportação de emigrantes que insistem em vender o jornal Borda-de-água ou em limpar os vidros dos carros nos semáforos espalhados por essa Lisboa fora.

Contextualizando:

Há três semanas atrás o meu militar apenas com o bilhete do avião, mochila nas costas e quatro amigos debaixo do braço diz-me “Linda, vou descobrir a Roménia!” - M. Hum… “Marcações de hotel?” – S. “Não, vamos à descoberta!” – M. Hum… “Quanto tempo?” – S. “Duas semanas!” – M. “OK!” – S.

Ele à com cada um! Mas pronto é a tropa. Estão a imaginar a festa da mangueira na Roménia?!

Assim sendo, estas duas ultimas semanas tenho acompanhado a viagem à distância recorrendo a descrições de quem está lá e encetando buscas pela Internet.

Antes de mais a Roménia é um país da Europa Oriental limitado a norte e a leste pela Ucrânia, a leste pela República da Moldávia e pelo mar Negro, a sul pela Bulgária e a oeste pela Sérvia e pela Hungria. Entrou paras a União Europeia a 01 de Janeiro de 2007 e a sua capital é Bucareste.

O nome Roménia vem de Roma ou do Império Romano (Oriental) e enfatiza as origens do país como província do Império Romano. A população é constituída sobretudo por romenos (89.5%), húngaros (6.6%) e ciganos (2.5%) e a religião principal é a ortodoxa romena (86,7%) seguindo-se a católica romana (4,7 %), a protestante (4,2%) e a católica grega – uniate (0,9%).

Passemos à viagem:

Chegada a Bucareste (1) às 11 da noite com o seguinte mote “Inicio da aventura da procura do alojamento perdido”. E onde é que pernoitaram? No comboio (obviamente!) a caminho do Mar Megro (2).

Ficaram de papo para o ar, a torrar, durante os 4 dias seguintes.
Depois seguiram para Brasov (3).

Decidiram alugar um carro e seguir para sul para Constanta (4). Descrita por quem lá está como a Riviera Romena. Caminhos de cabra? Alguns nas povoações mais remotas! Mas na generalidade as estradas que existem até são muito boas. Ficaram 3 dias.

E ao oitavo dia um telefonema! Voz de bagaço, arrastada e pausada, reflexo com certeza de muitos quilómetros de animação e cansaço. Estava a chover!

Confesso que me sossegou e confortou o coração.

Seguiram para a Trasnsilvânia onde, segundo relatos recentes, visitaram o castelo do drácula (5) e tiveram direito a brinde – viram ursos selvagens!

Seguidamente lançaram a âncora em Bucareste (6) onde se mantêm até hoje.

Cada vez mais as minhas costas começam a almejar uma mochila!

Viva la revolution!

"I clean myself under Lenin to be floating in revolution further!" V. Mayakovsky.
* PIC by Victor Oknyansky

Viva la revolution!

E o verão, e os santos e as mini-saias… e tudo o que nos faz pulsar o coração.

Libertei-me, libertaram-me, e fait attention sou uma mulher nova. Resolvida e de bem com a vida acreditei eu por… ora contemos 1, 2, 3, 4 semanas. Sim 4 semanas de Fénix renascida das cinzas e living la vida loca em pleno. Terminei com a fera que posteriormente (à semelhança de tantos) se amansou por 10 anos – sim fui enganada, venderam-me gato por lebre! Mas pronto acostumamo-nos ao sabor do gato e no fim até sabe melhor que lebre.

Empacotei literalmente roupinha contada para os dias em que ia morar all alone e viver a MINHA vida. Independência é o que se quer!

Cheguei ao novo “ninho” com suspiros que rapidamente se transformaram em danças loucas só de cuequinha e soutien; dormi assustada (treta dos aviões e da falta de um candeeiro de cabeceira) e que depois até davam algum charme à casa; jantei quase todos os dias com os amigos (aqueles amigos); fiz canoagem, torrei na minha praia, arranquei um dento do siso, dei um saltinho ao Tamariz, conheci novos lençóis e o desconforto de dormir com um braço de baixo do meu pescoço,… renasci!

E depois…

A dicotomia que vem pautado a minha vida voltou. Teima em bater-me à porta! E se uns se queixam por falta eu queixo-me por excesso. Mas será que a merda da paixão\amor\atracção\coisa vem sempre aos pares?! Mas será que não pode bater um de cada vez?! Não, isto não é casa da Joana e eu não estou em saldos!

E agora…

Tenho uma escolha que trás as consequências amarradas a si. Só tenho que me encher (mais uma vez) de coragem e escolher-me a MIM. E com esta escolha (Deus queira que esteja certa) vem, a reboque, quem me põe o braço debaixo do pescoço!